SEM OBSTÁCULOS PARA A FELICIDADE
O garoto pega o boneco e penteia os cabelos dele cuidadosamente. Quando cansa de brincar com o boneco, segura um lápis e começa a desenhar no papel. De repente, alguém o presenteia com uma máscara e o menino, brincalhão, a coloca em frente ao rosto para, em seguida, baixar a máscara e abrir um sorriso.
Quem faz isso é Luis Davi, de 3 anos. Mas só um detalhe: tudo é feito com os pés. Ele nasceu sem os braços, por isso desenvolveu uma habilidade extraordinária com os pés. Enquanto um pé segura o boneco, os dedos do outro pé alisam o cabelo. O lápis se encaixa perfeitamente entre os dedinhos e corre pelo papel suavemente. A máscara também é agarrada facilmente e a elasticidade das pernas faz com que ele a ponha em frente ao rosto sem dificuldades.
Luis Davi é o filho do meio da dona de casa Albanete e do pastor Luis Paulo. Curiosamente, os outros dois filhos do casal – um de 6 anos e o outro de 2 – nasceram sem nenhuma malformação.
Albanete diz que teve uma gestação tranquila e que a descoberta que seu filho tinha fissura labiopalatina aconteceu no momento do parto. “Foi um choque. Levamos o Luis Davi ainda pequenininho para um hospital de Natal e disseram que ele não ia sobreviver. Mas deu tudo certo e estamos aqui hoje.”
A história de Luis Davi com a Operação Sorriso começa em 2016. A família viajou pouco mais de 3 horas desde Alexandria, na divisa entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, até Mossoró, onde a Operação Sorriso realizava a missão humanitária.
Na ocasião, Luis Davi foi selecionado para a cirurgia e operou o lábio. Ao ver seu filho com o novo sorriso, a mãe segurou as lágrimas. “Já chorei antes. Agora é só alegria,” conta.
Um ano mais tarde, eles retornaram para tentar a cirurgia reparadora do palato. E, mais uma vez, o garoto foi selecionado.
Os anos passaram e Luis Davi reencontrou a equipe da Operação Sorriso em 2020. E as mudanças físicas novamente surpreenderam quem o conheceu 4 anos atrás. O garoto cresceu, está ainda mais independente e sorridente. Segundo sua mãe, ele frequenta a escola regularmente. Gosta de ler, escreve com os pés e adora jogar bola. A letra é muito elogiada pela professora.
Albanete conta que não imagina como seria a vida de Luis Davi sem as cirurgias reparadoras. Ela pensa que ele sofreria preconceito e se diz muito feliz por ter sido agraciada com duas operações gratuitas.
Luis Davi representa muito mais do que uma história de transformação; ele é a prova de que a nascer com uma deficiência ou malformação não é obstáculo para ser feliz.
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