O PACIENTE 5000
Quando Raquel decidiu trazer seu filho Felipe Gabriel para participar da missão cirúrgica de Porto Velho(RO), mal sabia ela que estava prestes a entrar para a história da Operação Sorriso.
Essa história começa no quinto mês de gravidez de Raquel, que durante um dos exames de rotina do pré-natal descobriu que teria um filho com fissura. Para quem nunca tinha visto uma criança fissurada na vida antes, foi um choque enorme. “Na hora fiquei bem preocupada, porque não conhecia isso e também não sabíamos se era só no lábio ou se tinha no palato também”, lembra. “Mas a médica disse que esse probleminha tinha correção. Isso me acalmou um pouco.”
Quem ficou ainda mais abalado com a notícia foi o pai de Felipe, Civaldo. Seus outros dois filhos, uma menina de 8 anos e um garoto de 12, nasceram sem problemas de saúde. E como não havia nenhum caso de fissura em nenhuma das duas famílias, Civaldo não conseguia entender por que isso tinha que acontecer justo com seu terceiro filho.
Logo que Felipe nasceu, foi preciso colocar uma sonda para alimentá-lo. Mas com a orientação da fonoaudióloga, poucos dias depois ele já estava mamando no peito. O apoio da psicóloga do hospital também foi fundamental para ajudar a família a enfrentar alguns dos principais medos e dúvidas que surgiram em relação à fissura.
Felipe seguiu sendo acompanhado por um pediatra do posto de saúde próximo à cidade onde moravam, até que uma vizinha soube que a Operação Sorriso realizaria um mutirão cirúrgico na capital de Rondônia e avisou a família.
“Não conhecia a ONG, por isso pesquisei na internet antes. Mas quando vi que era um projeto sério, de confiança, resolvi participar”, conta Raquel. Moradores de Vilhena, cidade ao sul de Rondônia, quase na divisa com o Mato Grosso, a família viajou 12 horas no carro da prefeitura até o local da missão.
No dia da cirurgia, a mãe soube que Felipe entraria para a história da Operação Sorriso por um motivo muito especial: esta seria a cirurgia de número 5000 na história da ONG desde sua fundação no Brasil, no distante ano de 1997. A presença maciça de repórteres e câmeras confirmavam que se tratava de um momento histórico.
A cirurgia correu tranquilamente e cerca de uma hora após entregar seu filho ao anestesista, Raquel já estava pronta – e ansiosa – para pegá-lo nos braços na sala de recuperação. O momento do reencontro foi muito emocionante. O rosto de Raquel ao ver o novo sorriso do filho demostrava um misto de surpresa e amor. Muito amor. “Sou privilegiada por ele ser o 5000. Muito obrigada.”
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