UM LAÇO NA CABEÇA E UM SORRISO NO ROSTO

 maria-isis.jpg

A pequena Maria Isis parece uma bonequinha. O cabelo cuidadosamente penteado, o laço caprichado cor de rosa na cabeça combinando com o vestido, e um sorrisinho que derrete qualquer coração encantam quem vê a menininha. A fenda que corta seu lábio é um detalhe que passa quase desapercebido diante de tanta fofura.

Nascida em Messias Targino, no interior do Rio Grande do Norte, Maria Isis é filha mais nova de Girlândia. Durante um exame de rotina do pré-natal, ela descobriu que sua filha nasceria com fissura. “Quando recebi a notícia fiquei bem aflita. Passei o resto da gestação agoniada para descobrir se a fissura era só labial ou se também tinha no palato”, recorda a dona de casa.

Girlândia tinha também muitas dúvidas sobre o tratamento e a amamentação de uma criança fissurada. Como em sua cidade não havia nenhum médico especialista em fissura, ela recorreu à internet em busca de respostas.

Apesar de não ser o primeiro caso de fissura na família – ela tem um primo distante que também nasceu com fenda labial – Girlândia não sabia bem a quem recorrer.

Quando a garotinha finalmente nasceu, a família ficou mais tranquila ao constatar que a fissura era apenas no lábio. Ainda no hospital, os médicos indicaram para ela um centro de atendimento em Natal.

A família foi atrás do tratamento. Marcaram a consulta e, chegando lá, descobriram que a pequena paciente receberia apenas acompanhamento de um pediatra, e não a cirurgia, como imaginavam.

Enquanto esperava para ser atendida, Girlândia conheceu na sala de espera outra mãe, cujo filho também era fissurado. Essa mãe comentou que fazia parte de uma associação local que dava assistência a fissurados, chamada Apafis. Questionada se teria interesse em se juntar ao grupo, Girlândia não hesitou. “Foi ótimo! Lá tive contato com outras mães na mesma situação que eu, com as mesmas dúvidas e dificuldades que as minhas”, lembra.

Uma das integrantes do grupo a convidou para curtir a página da Operação Sorriso nas redes sociais. “Não sabia do que se tratava, mas curti e comecei a ver o trabalho da organização.” Foi então que Girlândia soube que a ONG faria uma missão humanitária em Mossoró.

A família, animada com a possibilidade de conseguir a cirurgia gratuita, se organizou para a viagem. O trajeto de aproximadamente 2 horas entre Messias Targino e Mossoró foi feito de carro. O filho mais velho do casal ficou com a avó, na cidade natal, para não perder as aulas na escola.

Pai e mãe acompanharam a garota na triagem para ver de perto como funcionava o trabalho da Operação Sorriso. “Não imaginava que ia encontrar gente tão carinhosa e um atendimento tão bom,” confessa. “É um milagre ganhar a cirurgia de graça. Tenho fé que tudo vai dar certo!”

E deu certo mesmo. Maria Isis foi selecionada para a cirurgia que, por coincidência, aconteceria no mesmo dia de seu aniversário de 4 meses. Não havia jeito melhor de comemorar.

A mãe ficou com a menina no hospital, enquanto o pai se hospedou na casa de amigos em Mossoró.

A cirurgia correu muito bem. No dia seguinte, a bonequinha da missão estava um pouco menos sorridente, mas nem por isso deixou de continuar fazendo sucesso com a equipe. Todos queriam pegá-la no colo e iam ao seu quarto tirar fotos para ter uma lembrança de Maria Isis.

A mãe sabe que essa cirurgia vai mudar muito mais a vida de sua filha do que apenas a questão estética. “Via muito preconceito dos outros que agora acho que não vai ter mais. A alimentação vai ficar mais fácil, a respiração vai melhorar... E não tenho mais medo de colocá-la na escola também. Antes ficava pensando em como as outras crianças poderiam reagir quando vissem a boquinha dela, mas agora não me preocupo mais com isso”, diz Girlândia.

Depois de passar a manhã dormindo no colo da mãe, Maria Isis está pronta para ir embora. Com um laço na cabeça e roupa florida, ela volta a esboçar o sorriso que encantou a todos.

O pai a pega no colo e eles saem pela porta do quarto para começar uma nova vida.

paciente_mariaisis_depois.jpg

Maria Isis, 1 ano depois da cirurgia

 

Se você gostou dessa história e quer ajudar mais crianças a terem a mesma oportunidade que a Maria Isis, clique aqui para fazer uma doação. 

“Toda criança que nasce com deformidade facial é nossa responsabilidade. Se nós não cuidarmos dessa criança, não há nenhuma garantia de que outra pessoa o fará.”

- Kathy Magee, cofundadora e presidente da Operação Sorriso